sexta-feira, 9 de maio de 2014

Arquivo A.S.N.O: Os Contos de Terror do Tio Montague.

A alguns anos minha namorada me apresentou um livro curioso, "Os Contos de Terror do Tio Montague". Como hábito, olhei nome de autor, editora, ano de publicação e pra qual faixa etária era recomendado (Literatura infantil, juvenil... etc), e pra minha surpresa era considerado um livro infantil. Eu sempre sou adepto a ler livros voltados pra crianças, são divertidos e te lembram coisas que você jamais deveria ter esquecido, ou seja, te ensinam. Fiquei interessado! A capa era muito bonita e interessante, e a sinopse dava a entender que era um livro com grande potencial. Apesar da ideia de "terror" que circunda o título, em momento algum eu pensei em levar a sério, apesar dos avisos dela de que não era tão simples. Ora, estamos falando de um livro infantil. O titulo deveria ser uma chamada convidativa para crianças curiosas. E é. Não só pra crianças, como pra qualquer adulto.


Li o livro bem rápido e assim que terminei, eu fui falar com ela. "Esse livro não deveria ser pra crianças... Aliás, não deveria ser pra ninguém", disse a ela que me respondeu rindo, "Não falei. O que você achou?". "Maravilhoso", respondi, "os contos prendem sua atenção e respiração. Ele escreve muito bem esse tal Chris Priestley." Ela concordou, disse que o autor era britânico e que era o primeiro livro que ela ouvia falar dele.
Britânico... Devia ter imaginado. A Coroa deveria ficar muito feliz com sua extensa coleção de gênios literários, principalmente os de contos fantásticos: Charles Dickens, Conan Doyle, Tolkien, Rowling...

Pois bem, o livro não é de contos exatamente. É um romance. Mas como o centro da narrativa é a "contação de histórias" que o Tio Montague faz para seu sobrinho, foi bem conveniente pro autor dividir os capítulos exatamente onde começa e termina um conto. E essa é a estória. Depois de atravessar um bosque suspeito, com crianças suspeitas e, além do mais, intimidadoras, Edgar chega a casa do tio para ouvir as narrativas cheias de suspense e com finais surpreendentes. Em algumas das estórias não há um final propriamente dito, deixando sua imaginação a cargo. 



Quero destacar o conto que mais me causou pavor: "Uma História de Fantasmas", que consiste em duas meninas que, durante uma festa de família, são deixadas de lado na brincadeira por outras crianças, e começam a desenvolver uma estranha amizade durante o dia (não posso dizer mais, porque estragaria sua leitura, mas caso você consiga o livro, assim que chegar na parte mencionada você se lembrará de mim). Como não tenho nenhum sentimento viril que me faça ver filmes de terror, e onde a "Samara" do longa "O Chamado" me causa, particularmente, um ataque histérico de medo e horror, esse conto me deixou sem dormir direito por algum tempo (outras opiniões podem dizer que é o conto mais "fraco". Bem, pode até ser, mas me causou um tremendo mal estar).

Neste site você conseguirá ler o primeiro e o segundo capitulo (A ida de Edgar até a casa do tio, e a primeira estória contada), é uma degustação que vale a pena, apesar de estar em português de Portugal: http://www.wook.pt/ficha/as-historias-de-terror-do-tio-montague/a/id/14669268

Caso você queria comprar, eu sugiro ir a uma editora diferente dessas redes que tem por aí. Talvez a Livraria Cultura ou a Martins Fontes possuam exemplares.

Aos professores, eu sugiro recomendar aos seus alunos, e até usar como fonte de estudo. É um ótimo livro pra estimular o hábito da leitura, a criatividade e desenvolver no jovem a noção de outras culturas espalhadas pelo globo, já que a narrativa vai pra outros lugares além da ilha bretã. 

Aos amigos, leiam! Mas leiam com vontade, deguste. De preferência a noite. 

Por Caio Terciotti - " O caminho para a casa do tio Montague passava por um pequeno bosque."

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