terça-feira, 7 de outubro de 2014

A FIA é o Curupira do automobilismo mundial

Por: Marcus Vinicius (Colunista convidado).

               

              Aconteceram algumas coisas no último final de semana que me deixaram bastante decepcionado. E não estou falando das eleições. Descobri o que já suspeitava: a FIA dá dois passos para a frente e um para trás.

                Os fãs da Formula 1 ficaram chocados com o horrível acidente do francês Jules Bianchi, na 43ª volta do Grande Premio do Japão, em Suzuka. O jovem piloto perdeu o controle de seu Marussia e atingiu um trator a mais de 200 km/h. Seu estado de saúde é gravíssimo.

                Não me entendam mal, mas não foi o acidente em si que me deixou triste, mas sim a forma como ele ocorreu e que poderia ter sido evitado (e de forma simples).

                Não é à toa que dizemos que nós aprendemos com nossos próprios erros, porém me parece que a FIA SOMENTE aprende com os erros. Perdemos 47 pilotos nesses 64 anos de Formula 1! Novas medidas de segurança são implantadas todos os anos, mas precisa um morrer para que se mude algo. Citando casos “recentes”, precisou Ayrton Senna morrer para que a perigosíssima curva Tamburello fosse modificada, áreas de escape ampliadas e caixa de brita substituída por uma área mais "fofa". Foi criado o Santantonio, após o acidente com o austríaco Roland Ratzenberger, um dia antes de Ayrton.

                A FIA não errou em não parar a prova do último domingo, como dizem alguns, as condições eram relativamente boas. Já houve corridas com chuvas bem piores do que a do GP do último domingo (Inglaterra 1993 e 2008, Italia 1981 e 1990, entre outros). Hamilton e Massa pediam incessantemente pelo fim da corrida, devido à falta de visibilidade (o sol já estava se pondo).

                O problema foi que a Federação repetiu erros que acontecem todos os anos, desde 1950, quando aconteceu o primeiro GP. Um carro roda, sai da pista e bate, precisa ser guinchado. O guincho entra na pista, os fiscais acionam a Bandeira Amarela e a corrida segue. A questão amigo, é que a velocidade média de um monoposto de F1 em bandeira amarela é de 180km/h. O Safaty Car, entra somente em casos extremos para não comprometer a prova. Esse é o erro da FIA. Ela cria trezentas novas regras e modifica outras 100 sempre alegando segurança. Diminuíram a potência dos motores, adicionaram o limitador de velocidade e outras tantas regras. Uma mais "cabulosa" que a outra. Então , por que cargas d’agua, os carros continuam correndo com tratores e guinchos na pista? Os mais fanáticos da categoria devem se recordar do GP Brasil de 2003, onde o mesmo ocorreu sob forte chuva em Interlagos. Lá pelo meio da corrida, o brasileiro Antonio Pizzonia sai da pista e bate contra os pneus. Um trator para ao seu lado e começa a guincha-lo, logo em seguida Schumacher roda no mesmo ponto que Pizzonia e por poucos CENTÍMETROS não acerta o trator. Pois é, lá poderia ter acontecido uma tragédia com o até então pentacampeão Michael Schumacher. Mas a tragédia veio acontecer agora, com um novato, que mal tem um carro decente.

Resta saber que medidas serão tomadas agora que o desastre está feito.  Caso o francês venha a falecer, será o primeiro óbito de pilotos na Fórmula 1 em exatos 20 anos. (Ano passado um fiscal morreu a ser atingido por um carro que também estava sendo guinchado).

Encerro aqui com esse Post-Escriptum:
  No último domingo, a fórmula 1 perdeu mais um de seus grandes pilotos. O Italiano Andrea de Cesaris, competiu por 15 anos na categoria, mas não conseguiu vingar a promessa que era, teve como melhores resultados apenas dois segundos lugares na carreira. Andrea foi o primeiro companheiro de Schumacher e, faleceu em um acidente de moto. Ele viajava por Roma quando perdeu o controle de sua moto e se chocou com o Guard Rail.

  De Cesaris ficou na história da Fórmula 1 como o piloto que teve a carreira mais longa sem vencer qualquer corrida, participou em 208 grandes prémios. 
  Em 1982, aos 22 anos, tornou-se o então mais jovem piloto a sair da pole position, no Grande Prémio do Oeste dos EUA.



                 

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